segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Decálogo da Identidade Maçônica

1. O lar do Maçom é a Terra; sua Pátria o Mundo; sua família a humanidade; seu Deus o Grande Arquiteto do Universo.
2. O Maçom reconhece que é o elo definitivo entre o finito da materialidade e o infinito da espiritualidade.
3. O Maçom está pronto a abandonar sua natureza animal e abraçar definitivamente sua natureza humana.
4. O Maçom sabe que desbastar e polir a pedra que lhe foi entregue pelo GADU é compartilhar do Processo de Criação.
5. O Maçom sabe que depois de aparada e polida essa pedra, pode ela ainda não ser útil à construção de um Templo de Verdade e Justiça; mas, se chamado, estará pronto a exercer seu papel conforme a vontade do GADU.
6. O Maçom sabe que a interação com a vida danifica e deforma sua estrutura e por isso acorre à Ordem para retificá-la contínua e repetidamente.
7. O Maçom sabe que em suas atitudes revela as qualidades/defeitos que nem sempre está pronto a considerar em si mesmo. Observa-as refletidas no semblante de seus Irmãos.
8. O Maçom sabe que não presta contas a ninguém, a não ser ao mais impiedoso dos juízes: Ele próprio!
9. O Maçom é reto por formação e coloca-se sempre aprumo para balizar o comportamento dos que o rodeiam.
10. O Maçom sabe que não lhe basta ser bom; há de ser sempre o melhor sem que isto lhe conceda qualquer mérito adicional.


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Decálogo das (IN) Competências

1. Não compete ao Maçom buscar honrarias; compete-lhe merecê-las e abrir mão delas reconhecendo que mais vale ser lembrado do que agraciado. A lembrança é eterna, a honraria é temporária.
2. Não compete ao Maçom escolher cargos; compete-lhe exercê-los com zelo e responsabilidade, reconhecendo que no cargo torna-se naturalmente Mestre dos que dirige e sabendo que, um dia, será por eles dirigido.
3. Não compete ao Maçom habitar palácios; compete-lhe fazer de sua habitação um templo à Glória do GADU, reconhecendo que no Templo do Senhor do Mundo não há pompa, luxo, futilidade, arrogância, vaidade, orgulho. Perante o GADU temos todos a mesma estatura!
4. Não compete ao Maçom criticar o Irmão; compete-lhe carinhosamente mostrar-lhe o caminho que o leva ao coração da Ordem, ou o caminho de retorno ao mundo profano, caso este lhe seja mais apropriado.
5. Não compete ao Maçom criticar a Loja que o abriga; compete-lhe lutar incansavelmente até convencer seus Irmãos ou ser convencido por eles.
6. Não compete ao Maçom construir e manter obras assistenciais; compete-lhe garantir o funcionamento da maquina do Estado, responsável pelo cumprimento dessa obrigação.
7. Não compete ao Maçom construir e manter hospitais; compete-lhe assegurar que todos tenham acesso à saúde.
8. Não compete ao Maçom construir e manter escolas; compete-lhe assegurar que as existentes formem adequadamente os homens de amanhã.
9. Não compete ao Maçom imobilizar-se e omitir-se frente à injustiça; compete-lhe mobilizar todas as forças de que dispõe para erradicá-la definitivamente.
10. Não compete ao Maçom ser conduzido; compete-lhe conduzir a humanidade. Isto tudo porque não compete ao Maçom fazer caridade; compete-lhe agir para que ela não seja mais necessária. A caridade humilha quem a recebe e corrompe quem a faz.


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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mestre Instalado Parte 2

O ORIENTE DE UMA LOJA NÃO É O LUGAR PARA UM CORAÇÃO FRIO E INDIFERENTE.

-O Venerável deve ser versado nos Landmarks. Se um Landmark for desrespeitado, por cálculo ou por descuido, deveis levantar a voz, antes que seja tarde.
-O Venerável deve amar as coisas antigas.
A verdadeira maçonaria consiste em conhecer seus preceitos e praticá-los. Quanto mais os conhecerdes, tanto mais sereis capazes de segui-los.
-O Venerável deve ser zeloso na honra de sua Loja. Recebereis pedidos e visitas com cautela e não os deveis aceitar senão quando certo de sua honorabilidade.
-O Venerável deve ligar-se intimamente à Grande Loja/ Grande Oriente Sois, Venerável, o único que estabelece a verdadeira ligação entre esta Loja e a Grande Loja /Grande Oriente a que somos subordinados.
-O Venerável deve repudiar os corpos clandestinos. Deveis inspirar no sentimento de pureza maçônica; não deveis ter a mão estendida, nem entendimentos com os Corpos de origem irregular e clandestinos.
-O Venerável deve manter a regularidade do sistema maçônico, como essencial à vida e utilidade da Ordem. Que seja vosso lema, Venerável:
-Um lugar para cada coisa; cada coisa em seu lugar.
Em maçonaria, nada que não seja racional.

Deveres do Venerável Mestre de uma Loja:

1-assistir aos trabalhos de sua Loja.
2-abrir e fechar sua Loja.
3-preservar a ordem da Loja.
4-obedecer, fazer obedecer e respeitar, defender os Landmarks, as Leis e as ordens do Grão-Mestre e os Regulamentos da Loja.
5-guardar, inviolável, a Carta da Loja e entregá-la a seu sucessor.
6-observar a ritualística, letra e drama, e ensiná-la aos Irmãos.
7-determinar sindicâncias de qualquer conduta antimaçônica de Irmãos do quadro da Loja, bem como de qualquer maçom que esteja, definitivamente ou de passagem, dentro de sua jurisdição.
8-visitar os maçons doentes e presidir os funerais dos que faleceram.
9-esforçar-se por conservar a harmonia de sua Loja, devendo ser modelo.


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terça-feira, 21 de junho de 2011

Mestre Instalado

Ser ou estar VENERÁVEL MESTRE não é pavonar-se com o belo e portentoso paramento e fazer questão de que o tratem por Venerável. A palavra Mestre vem do latim Magister e significa "diretor", "chefe"., derivando da palavra "Magis", que significa "mais que os outros", isto é "o mais justo, o mais evoluído, o mais sábio, o mais intelectual e espiritual", homem superior que mais se aproxima da perfeição. No simbolismo maçônico, a cerimônia de Instalação do Venerável remonta ao século XVIII, e era praticada pelos Antigos. A partir de 1810, foi introduzida em toda a maçonaria inglesa. A cerimônia ritualística passa sucessivamente do grau de Aprendiz, em que é iniciada aos graus de Companheiro e Mestre, permanecendo, finalmente, no Templo apenas os Mestres Instaladores e os Mestres Instalados, formados em Conselho, e o Venerável que será instalado (No caso de ter mais de um, os Veneráveis a serem instalados). Por maior que seja o seu grau no Filosofismo, mesmo sendo Membro Efetivo do Supremo Conselho, um Maçom que não tenha passado pela cerimônia de instalação não poderá permanecer no Templo. Por isso, a fim de evitar constrangimentos, em algumas obediências, os maçons ocupantes de alguns cargos são instalados, sem terem sido eleitos para o cargo de Venerável, o ideal é que tal grau seja conferido a um Mestre que tenha sido regularmente eleito para o cargo de Venerável. Tal prática resultou na existência do: mestre instalado biônico, isto é, aqueles cuja origem de instalação não foi advinda da eleição para assumir a direção dos trabalhos regulares de uma Loja Simbólica. O Mestre Instalado deve ser dotado de sabedoria para compreender, de discernimento para julgar e de meio para executar. Deve conduzir a Loja com retidão, para honra e glória do GADU.

Privilégios do Venerável:

-Congregar a Loja;
-Presidir os trabalhos da Loja;
-Preencher, temporariamente, os cargos vagos;
-Regular a admissão de visitantes;
-Regular todos os assuntos de ordem, sem ter a Loja direito de considerar ou julgar sua decisão, salvo em grau de recurso para o Grão-Mestre ou para a Grande Loja;
-Controlar ou determinar as discussões sobre assuntos maçônicos;
-Nomear todas as Comissões não reguladas de forma particular;
-Ser o guarda da Carta Constitutiva da Loja;
-Mandar expedir os convites aos membros da Loja;
-Ter o Voto de Minerva, além do deliberativo, nas votações;
-Assinar todas as contas para o pagamento pela Tesouraria;
-Instalar seu sucessor na Cadeira de Salomão.

O Venerável deve ter sempre em mente as seguintes regras:

-Dirigirei minha Loja à voz de minha consciência e guiar-me-ei pelas promessas de minha Instalação.
-Dirigirei minha Loja, sem temor, sem objetivar favor ou recompensa, salvo o julgamento de minha consciência e o favor de Deus.
-Procurarei atrair meus Irmãos aos trabalhos, ministrando-lhes abundantes ensinamentos maçônicos.
-Procurarei sempre, e por todos os meios, conhecer os antigos trabalhos e escritos da Ordem, e não estarei satisfeito enquanto isso não for conseguido.
-Não deixarei nunca que um Irmão, carecendo de amparo, se afaste da porta da Loja desiludido, se em meu poder estiver à possibilidade de ajudá-lo.
-Procurarei ser um modelo para meus Irmãos em prudência, veracidade, cortesia e amor.
-Procurarei ser coerente nas minhas palavras para que elas sejam as minhas ações.
-O maldoso, em minha jurisdição, não terá descanso até que se regenere; mas, se não se regenerar, será excluído do meio.
-Meus auxiliares deverão cumprir seus deveres conforme os compromissos de posse.
-Minha Loja será honrada e respeitada entre suas iguais.
-O Venerável deve ser tolerante e afável.
-O Venerável deve ser cauteloso, fervoroso e comedido. Abriu vosso espírito e se nele não houver sombras, sereis levado ao prêmio de agir com correção e vossos Irmãos vos honrarão.
-O Venerável deve ser ardente amante da Maçonaria verdadeira. Pelo estudo e pela meditação deveis vos preparar para saber separar o joio do trigo e aprender a condenar os impostores e inovadores.
-O Venerável deve saber respeitar seus superiores hierárquicos. Como esperar serdes obedecido, se não aprendestes a obedecer?
De duas fontes promana vossa autoridade: de Deus, pela Sua palavra; da Grande Loja, pela Carta que tendes. Desta forma, obedeceis duas vezes, enquanto mandais uma.
-O Venerável deve ser um maçom zeloso.
É vosso dever, Venerável, propagar a sabedoria maçônica. Sois como o mensageiro de seu Evangelho. Deveis ser preciso no conceito; firme no debate; conhecedor da literatura maçônica e dos que deveis dirigir na guerra contra o erro.


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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Grau 33: Soberano Grande Inspetor Geral

O Grau 33 é o último Grau da escalada hierárquica do Rito Escocês Antigo e Aceito. É um Grau Administrativo e em seu ensinamento não contempla nenhuma lenda, tratando-se mais de uma espécie de coroação final do caminho percorrido anteriormente. É uma forma de graduar-se no Rito.
Foi no dia 31 de maio de 1801 que Morim iniciou e investiu a sete Soberanos Grandes Inspetores Gerais, criando em seguida, na Carolina do Sul, em Charleston, o Supremo Conselho Mater do Mundo.
A rigor não se concede o Grau 33, conforme se faz nos demais Graus do Rito, mas, sim, investe-se o candidato no Grau 33, investidura esta que se processa em Sessão Solene do Supremo Conselho, presidida pelo Soberano Grande Comendador.


1 - Decoração do Templo do Supremo Conselho

E decorado em púrpura, com esqueletos e ossos pintados ou bordados em prata. A Loja chama-se Conselho Supremo e o Presidente representa Frederico II, da Prússia.
O Oriente fica a cinco degraus de altura, onde está o Trono do Soberano Grande Comendador, que está sob um Dossel também púrpura e engalonado de ouro. Sob o Dossel destaca-se uma estrela de nove pontas formada pelo arranjo de três triângulos dourados entrelaçados, decalcada sobre um transparente. Nas pontas da estrela encontramos as letras que formam a palavra latina Sapientia e em seu centro está inscrito o tetragrama hebraico Iod He Vau He.
Em frente ao Dossel há uma águia bicéfala da cor dourada que segura em suas garras uma espada, na qual existe uma faixa onde se lê a expressão latina Deus Meumque Jus, cuja tradução é: "Deus e o meu direito".
Sobre as cabeças da águia há uma coroa dourada e um triângulo radiante com a letra hebraica Iod em seu centro.
Ladeando o Trono estão 32 (trinta e dois) estandartes representativos dos 32 Graus que precedem o Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito, nas cores de cada um deles.
À frente do Trono encontra-se um Altar Triangular forrado de carmim.
O Trono do Lugar-Tenente Comendador encontra-se no Ocidente sob um Dossel de púrpura bordado em ouro. Na frente há o desenho de uma fênix, renascendo do fogo, e sobre as chamas estão inscritas as letras INRI. Embaixo há uma faixa branca com a expressão latina Ordo Ab Chao, que significa: "A Ordem Saída do Caos". Ainda defronte do Trono do Lugar-Tenente Comendador há também um Altar revestido de púrpura, que porta o Livro da Lei e sobre este uma Espada atravessada. O Livro da Lei encontra-se aberto no Evangelho de São João. O Lugar-Tenente Comendador representa Felipe de Orleans.
À direita do Altar há a figura representativa de um esqueleto que segura na mão direita o estandarte do Supremo Conselho e na mão esquerda um punhal em posição de ataque. Do lado oposto encontra-se o Altar dos Perfumes e ao seu lado um recipiente com mercúrio, onde os candidatos mergulharão as mãos durante a Iniciação.
O Templo é iluminado por 11 luzes. Cinco no Oriente, três no Ocidente, duas no Sul e uma no Norte.


2 - Visão Panorâmica da Iniciação ao Grau 33

A Investidura no Grau 33 dá-se em Sessão Formal e Solene do Supremo Conselho, presidida pelo Soberano Grande Comendador. O candidato entra no Templo descalço, e com uma tocha acesa na mão direita, conduzido pelo Grande Mestre-de-Cerimônias, mediante uma corda que lhe é amarrada ao pescoço. Faz giros entre o Altar dos Perfumes e o Trono e mergulha as mãos no mercúrio. Sempre que passa frente ao Trono faz uma parada onde lhe são transmitidas mensagens pelo Soberano Grande Comendador. Em seguida presta o seu Solene Juramento e beija três vezes o Livro da Lei e a Espada, sendo consagrado e revestido, ou melhor, investido do Grau 33, recebendo das mãos do Soberano Grande Comendador a Faixa, a Jóia e a Fé.


3 - Insígnias do Soberano Grande Inspetor Geral

O grau não possui Avental e todos os Grandes Inspetores Gerais usam uma faixa branca, orlada de ouro, tendo na sua extremidade uma roseta com franjas de ouro e um laço de fita branca.
A face anterior da faixa, que é usada a tiracolo, da direita para a esquerda, apresenta o desenho de uma cruz teutônica e dois punhais apontando para um centro no qual se encontra sobre um fundo radiante dourado um triângulo com o número 33 inscrito. Segundo alguns autores, a cor da roseta é verde e amarela; segundo outros, é branca, vermelha e verde.
A Jóia é uma águia negra, bicéfala e com as asas abertas, segurando nas garras uma Espada e tendo uma coroa entre as cabeças.
A comenda é uma cruz teutônica vermelha sobre outra dourada, com raios prateados e fundo branco. No centro há um círculo contendo cruzadas e é usada obrigatoriamente como se fosse uma condecoração.
Outra Jóia representativa do Grau 33 é á Fé. Trata-se de um anel de ouro, duplo, tendo a face de um triângulo com o número 33 gravado em seu centro. Na face interna encontramos gravados a expressão latina Deus Meumque Jus, o nome do investido no Grau 33 e a data da investidura.


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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Grau 32: Sublime Cavaleiro do Real Segredo / Soberano Príncipe da Maçonaria

Este Grau, pertencente à série dos chamados Graus Administrativos, tem conotação militar; portanto, características Templárias.
A Lenda do Grau 32 remonta à formação de um exército para reconquistar Jerusalém e lá edificar o quarto Templo, já que os três anteriores haviam sido profanados e destruídos. As forças reunidas deveriam estar acantonadas em Nápoles, Malta, Rodes, Chipre e Jafa. Os combatentes seriam reunidos e postos em marcha mediante o ribombar de um tiro de canhão desfechado pelo comandante. Esta lenda tem origem no Rito de Heredon, mais precisamente no Grau 25.
O Grau 32 é uma espécie de condensação e recapitulação de todos os Graus precedentes, numa espécie de preparativo para o 33º e último Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. Segundo Rizzardo da Camino, a finalidade do Grau 32 é formar homens mais iluminados, mais fortes, que aspirem a trabalho individual, dirigido ao bem comum.

1 - O Painel do Grau

Cabe um ligeiro comentário sobre o Painel do Grau do Sublime Cavaleiro do Real Segredo, Soberano Príncipe da Maçonaria, que enfeixa Símbolos representativos de todos os Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, representando o Acampamento, o qual é detalhado pelo Orador, durante o Cerimonial de Iniciação ao Grau. Trata-se de um eneágono que circunscreve um heptágono, que por sua vez circunscreve um pentágono, no qual está inscrito um triângulo com um círculo no meio e uma Cruz de Santo André no centro deste. É um grupo de seis figuras geométricas concêntricas. Em cada face das figuras geométricas apresentadas encontramos Símbolos representativos dos diversos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, conforme abaixo:

Em cada face externa do eneágono há uma tenda com uma bandeirola e, nos ângulos do mesmo, uma bandeira maior. Cada tenda representa um acampamento completo e é ocupada pelos Maçons dos Graus 1 ao 18, ou sejam: as Lojas Simbólicas, as Lojas de Perfeição e os Capítulos. Quanto ao heptágono, antigamente representava o acampamento dos Príncipes do
Líbano. Nos Rituais atuais fica vazio. Em cada ângulo do pentágono há uma bandeira que representa o acampamento do Conselho de Kadosh, Graus 19 e 30.
No círculo acampam os Grandes Inspetores Gerais e, no centro deste, na intersecção dos braços da cruz de Santo André, fica a tenda do Soberano Grande Comendador.


2 - Decoração do Templo para o Grau 32

O Templo do Consistório dos Sublimes Cavaleiros do Real Segredo, Soberanos Príncipes da Maçonaria, é forrado de cor púrpura. Sobre o Altar dos Juramentos, que também é forrado de púrpura, estão o Livro da Lei, o Livro das Constituições, um tríplice triângulo dourado. No centro do Templo está o Painel do Grau que representa o acampamento, acima sucintamente descrito. O Trono fica no Oriente sob um Dossel de cor púrpura e sobre sete degraus. Também no Oriente fica a Cripta, com as nove representações dos avatares da humanidade.
Segundo alguns autores, o Templo é forrado de negro, entremeado de lágrimas, esqueletos e ossos bordados de prata.

3 - Visão Panorâmica da Iniciação

Após a introdução dos Neófitos no Templo o Orador relata aos mesmos a Lenda do Grau e todas as disposições e o significado das tendas e seus componentes, bem como os significados cabalísticos dos Graus precedentes que são explicados em resumo, para em seguida introduzir os Neófitos na Cripta. Atrás do Trono, ao fundo do Templo encontra-se a Cripta, isolada por um véu. Dentro dela há nove Colunas com cerca de um metro a um metro e meio de altura, encimadas pelos bustos das figuras que compõem a Cripta, a saber: Confúcio, Zaratrusta, Buda, Moisés, Hermes de Trimegisto, Platão, Jesus e Maomé. Na nona Coluna, que fica no centro, há uma estrela que simboliza o Amanhã, e que representa os avatares futuros de todas as crenças e esperanças da humanidade.
Cada um dos nove personagens faz uma breve preleção aos Neófitos, com profundo conteúdo filosófico e esotérico. São as vozes da sabedoria do passado e a intuição do futuro. Após, há um breve diálogo invocando os Graus 30 e 31, terminando com pinceladas sobre a moderna psicologia, quando são referidos os pais da mesma, Emerson, Willian James e Maeterlinck. Seguem-se o Juramento do Grau e o encerramento da Sessão.


4 - Insígnias Utilizadas pelo Grau 32

O Avental é de cor branco forrado e orlado de vermelho e debruado de franjas douradas tipo galão. No corpo do Avental está bordado o quadro síntese do painel do Grau 32. Na abeta está bordada uma cruz teutônica em vermelho e orlada em ouro e ladeada por dois grupos de três bandeiras, azuis, vermelhas e douradas, duas de cada cor, lado a lado. Encimando este
Símbolo há um olho sobre fundo radiante.
O colar é preto e orlado de prata. Tem bordada uma cruz teutônica com uma águia bicéfala no centro. O forro é vermelho e apresenta uma cruz teutônica de cada lado. Do colar pende a Jóia que é uma cruz teutônica dourada com uma águia bicéfala em seu interior, com as garras segurando uma espada e com triângulo no peito, onde se inscreve o número 32.
O Presidente do Consistório usaria um uniforme real em seda vermelha. Porém, atualmente, os Rituais preconizam o traje maçônico comum completo, ou seja, terno preto e luvas brancas.


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Grau 31: Grande Juiz Comendador

O 31º Grau ou o primeiro do Consistório dos Príncipes do Real Segredo, também conhecido por Inspetor Inquisidor Comendador ou Inspetor Inquisidor, é um Grau nitidamente religioso, com reminiscências no Livro dos Mortos da cultura egípcia. Apesar de ser considerado um Grau Administrativo, não tem nada disso, sendo na realidade, como veremos, de conteúdo esotérico, conservando uma doutrina gnóstica. Após a abertura ritualística dos Trabalhos, ouve-se lá fora o som de uma trompa, fazendo com que o Verdadeiro Conde (Presidente do Tribunal) determine ao Preboste que faça a verificação do que se passa.
Trata-se de Cavaleiros Kadosh (Grau 30) que pretendem ser recebidos no Tribunal da Santa Veheme para buscar justiça e para dele participarem.
Os Cavaleiros Kadosh queixam-se da situação da Ordem dos Templários e do assassinato de Jacques de Molay, sendo então admitidos no recinto do Tribunal da Santa Veheme. Segue-se um diálogo sobre o tema crimes judiciários, sendo mencionados inúmeros personagens no decorrer da conversação, dentre eles: Comendadores D'Aumont e Harris, Alberden, Walter de Clifton, Roberto Bruce, Larminius, Clemente V, Joana D'Are, João Huss, Savonarolla, Giordano Bruno, Vanine, Etiene Bolet, Calas, La Barre, Carlos Magno, Oton, Frederico II, Henrique IV, Gregório VII e outros. Falam-se ainda nos Tribunais Malditos — a Santa Inquisição, o Tribunal de Sangue da Holanda, a Câmara Estrelada da Inglaterra e os Tribunais Revolucionários da França. É ressaltada a injustiça dos crimes judiciários, como os crimes contra a liberdade de consciência, de pensamento e crimes políticos, deixando-se claro que a história apenas registrou os casos mais retumbantes, mas que, sem dúvida, os casos anônimos foram inúmeros.
Há, no final do diálogo, consideração elogiosa à justiça praticada pelo Tribunal da Santa Veheme. Convém lembrar que a Cena do Julgamento de Osíris não é o julgamento de Osíris, mas sim um julgamento feito por Osíris. Osíris não é julgado. É juiz!


1- A Santa Veheme

É conveniente dizer alguma coisa sobre a Santa Veheme, muito referida no Ritual do Grau 31 e por diversas vezes falada anteriormente. Sob todos os pontos de vista, a Idade Média foi um período de trevas para a humanidade. Muitos crimes hediondos foram cometidos em nome de ideais políticos pelo despotismo e até em nome de Deus, como foi o caso da Inquisição. Condenava-se por crimes de idéias e de pensamento e o obscurantismo e os erros grassavam. Para combater os verdadeiros crimes contra Deus, a Lei e a Honra, Carlos Magno ou Carlos I dos Francos criou o Tribunal da Santa Veheme, donde exaravam decisões rápidas e extremas.
Com o passar do tempo o Tribunal da Santa Veheme deturpou-se, caindo na ilegalidade, considerando alguns que continuou a atuar na clandestinidade.


2- Decoração do Templo do Grande Juiz Comendador

O Templo representa um tribunal, que é branco e sustentado por oito Colunas douradas. Tem o título de Soberano Tribunal, dividindo-se em duas câmaras: a Corte dos Verdadeiros Juízes e o Templo da Justiça.
Na primeira Câmara encontra-se o trono e diante dele uma mesa, tendo em cima dela uma Espada, uma corda e uma balança.
Na segunda Câmara, ao fundo, está a estátua de Themis, mãe da Eqüidade, Lei e Paz, que é uma deusa da mitologia grega.
Há também um quadro representando o Julgamento de Osíris, coberto por um véu. Resumidamente, o Julgamento de Osíris é o seguinte: Após a sua morte, o espírito do morto é conduzido pela Barca Solar, apresentando-se na Sala da Justiça, à presença de Osíris, para fazer o seu relato confessional. Após este ato, seu coração é depositado num prato da Balança de Osíris e no outro é colocada uma pena de avestruz, Símbolo da Deusa Verdade. A pesagem é presidida por Osíris e verificada por Hórus e Anúbis. O peso é anotado por Thot e Osíris pronuncia a sentença, Ísis e Nefites assistem à cena por trás de Osíris.
Caso haja absolvição, a alma do morto é absorvida por Osíris; caso contrário, a alma será devorada pelo monstro que de frente assiste a toda a cena. Participam do episódio descrito oito personagens e a lenda é muito detalhada no Livro dos Mortos.
O Tribunal é iluminado por 30 lâmpadas em três grupos de dez, ao Oriente, ao Ocidente e no centro, cada grupo arranjado num triângulo eqüilátero formado por filas de velas em quatro, três, duas e uma. A Themis da mitologia grega é considerada a Deusa da Justiça e aparece em muitas representações com os olhos vendados, simbolizando a imparcialidade da Justiça. Traz nas mãos a espada e a balança.


3 - Insígnias do Grau de Grande Juiz Comendador

Em Sessão do Grau 31 os Irmãos não usam Avental algum. Em visitas a outras Lojas de Graus inferiores podem usar um Avental do Grau visitado ou um Avental branco, trazendo na abeta uma cruz teutônica. Usam também um colar branco, tendo bordado um Triângulo radiante trazendo inscrito o número 31. Pendente, uma Jóia de prata, que é uma cruz teutônica.


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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Grau 30: Cavaleiro Kadosh

O Grau 30 - Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra ou Grande Inquisidor ou Grande Eleito, encerra a série dos Graus Filosóficos, isto é, os Graus concedidos pela Oficina do Conselho de Kadosh, que vão do Grau 19 (Grande Pontífice ou Sublime Escocês) ao Grau 30 (Cavaleiro Kadosh). Dos Graus compreendidos entre o 19 ao 30, são concedidos por Iniciação os Graus 19,21,22,29 e 30; os demais são transmitidos por comunicação.
O Grau de Cavaleiro Kadosh (30) apresenta uma Iniciação Tríplice: 1º - a Iniciação no Grau de Cavaleiro do Templo; 2º - a Iniciação no Grau de Cavaleiro da Águia Branca e Negra e 3º - a Iniciação no Grau de Cavaleiro Kadosh. A exemplo do Grau 9 (Cavaleiro Eleito dos 9), este Grau também é dedicado a uma vingança. Só que desta vez o motivo da vingança não é lendário, é histórico e verdadeiramente existiu. Trata-se do assassinato, na fogueira, do último Grão-Mestre da Ordem dos Templários - Jacques de Molay, por ordem do papa Clemente V e do rei da França, Felipe, o Belo. Daí, a presença da tiara papal e da coroa real em duas das caveiras do sepulcro. O Grau de Cavaleiro Kadosh é um Grau nitidamente Templário.


1 - Ornamentação da Loja

A Loja do Cavaleiro Kadosh divide-se em quatro Câmaras, que são chamadas, respectivamente, de Sepulcro, Conselho, Areópago e Senado.
O Sepulcro é uma espécie de Câmara de Reflexão, ornada em negro e iluminada por fraca lâmpada pingente de teto. Contém um ataúde coberto com pano preto e sobre o pano, três caveiras. Da esquerda para a direita, as caveiras são respectivamente coroadas com a tiara papal, com uma coroa de louros e com uma coroa real ornada de flor-de-lis. Representam o papa
Clemente V, Jacques de Molay e o rei Felipe, o Belo. Há ainda a seguinte frase: "Quem vencer os terrores da morte ascenderá além da esfera terrestre e será digno de ser Iniciado nos Grandes Mistérios".
O Conselho é ornado de branco e contém três altares: um com a estátua de Minerva (Sabedoria), outro com uma Urna de Perfumes e sobre o outro vaso com álcool aceso, que ilumina a câmara. Pendente de teto, uma águia bicéfala, branca e preta com as asas abertas, (insígnia de Frederico II, da Prússia, idealizador do Grau).
O Areópago, decorado em azul com estrelas, contém uma mesa decorada por pano da mesma cor. Nesta mesa têm assento os Grandes Vigilantes e o Orador. O Grande Primeiro Vigilante segura uma mão de justiça dourada e o Orador segura um alfanje. Nos lados da Câmara tomam assento os cavaleiros. Esta Câmara é iluminada por três velas.
O Senado é decorado em vermelho e contém o Dossel e o trono. No Dossel encontramos nova águia bicéfala com um punhal entre as garras. Há também uma barraca armada de preto e branco semeada de cruzes vermelhas. No Senado encontramos a Escada Mística.
Atualmente, pelas modificações e facilidades impostas ao Rito, as quatro Câmaras estão fundidas em uma só, a vermelha, que tem todos os Símbolos encontrados nas demais.


2 – Mistérios do Grau

PALAVRAS

- SAGRADA - Nekam-Adonai (vingança, Senhor).
Resposta - Pharasch-Khol.

- PASSE - Nekam-Makah. - Para entrar no Conselho - Nekam.
Resposta - Menakhen. - Para sair do Conselho - Phagal-Khol.

SINAL DO KADOSH - Apor a mão direita espalmada sobre o coração; cair a mão sobre a coxa direita, dobrar o joelho e pegar o punhal, apontá-lo para o céu à altura do ombro e dizer: Nekam Adonai!

SINAL DE ORDEM - Passar o punhal para a mão esquerda, colocando novamente a mão direita sobre o coração.

TOQUE - Tocar-se reciprocamente as pontas dos pés e os joelhos, mostrar o polegar direito levantado (como no Grau 9), e o interlocutor segura, deixando escorregar. Voltar um passo atrás e levantar o braço como para ferir com o punhal e dizer: Nekamah Baalim! O outro responde: Pharash-Khol!

BATERIA - Sete pancadas por três vezes duas e uma (!! !! !! !).

TRABALHO - O Conselho abre ao anoitecer e fecha ao romper do dia.


3 - Insígnias do Cavaleiro Kadosh

Avental - Segundo alguns autores, não há Avental no Grau 30. Outros informam que o Avental do Cavaleiro Kadosh é preto, orlado de branco e no corpo uma cruz teutônica em vermelho com o número 30 no centro.
Fita - Preta orlada de branco e guarnecida por franjas de prata, com duas cruzes teutônicas, a águia bicéfala e as letras C. K. H.. A Jóia é uma águia bicéfala sobre uma cruz teutônica.
Indumentária - Utilizam uma túnica branca aberta nos lados. O Presidente traz na cinta um punhal com o cabo em marfim e ébano. Traz, ainda, na cabeça, um chapéu, tendo a parte da frente da aba levantada e presa ao corpo do chapéu por uma presilha prateada em forma de Sol e com raios dourados. Nessa presilha estão as Letras N.e A. e, no centro, um olho.


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Grau 29: Grande Escocês de Santo André da Escócia

Também conhecido por Patriarca das Cruzadas ou Cavaleiro do Sol ou Grão-Mestre da Luz, é um Grau transmitido por Iniciação, cujo conteúdo é de Ordem Templária e induz o candidato ao Grau de Cavaleiro Kadosh, Grau 30. A origem do Grau remonta à fusão das Ordens Militares vindas das Cruzadas com a Maçonaria.
Santo André, um dos doze Apóstolos de Jesus, foi sacrificado por pregar o
Cristianismo. Para o seu martírio foi utilizada uma cruz em formato de X (Cruz de Santo André).
O Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto (Grau 28), com vistas à sua Iniciação ao Grau 29, é recebido e apresentado pelo introdutor dizendo que aspira entrar para a Jerusalém Celeste que resplandece na Câmara onde se realizam os Trabalhos do Grau 29. É informado que na antigüidade o Grau era dedicado às Belas-Artes, tais como pintura, música, escultura, poesia, cortesania, simbolismo, ceticismo, gastronomia, ginástica, estética, oratória e gramática. Recebe ainda informações sobre o luxo e a forma luxuosa como foi concebida a Jerusalém Celeste e descreve a cidade conforme diz o Apocalipse.
O luxo aí referido é o luxo no sentido do aformoseamento estético e da higiene. O luxo que prolonga ao invés de destruir. Fala sobre os sete Anjos e sobre os Anjos que encimavam os portais da cidade (doze Anjos). Lembramos que no Grau 19 - Grande Pontífice, a Jerusalém Celeste já havia sido descrita, mas aqui, mais uma vez é descrito cada um dos doze bairros da cidade e o seu centro. 151
Após, os candidatos fazem o seu Juramento e os Trabalhos são encerrados. Como dissemos, o Grau 29 - Grande Escocês de Santo André da Escócia - é uma preparação para o Grau 30 - Cavaleiro Kadosh.


1 - Decoração da Loja

É decorada na cor vermelha com colunas brancas. Em cada um dos cantos há uma Cruz de Santo André e diante de cada uma delas há quatro luzes. O Grau cuida da Nova Jerusalém ou Jerusalém Celeste.


2 - Mistérios do Grau

PALAVRAS

-SAGRADA - Nekamah.

- PASSE - lº Furlac (anjo da terra), 2º Talliud (anjo da água), 3º Ardriel (anjo do fogo) e 4º Casmaram (anjo do ar).

SINAIS - São sete os Sinais do Grau 29:

1 - Sinal da Terra - Limpa-se a fronte com as costas da mão direita, mantendo a cabeça inclinada para a frente.

2 - Sinal da Água - Coloca-se a mão direita sobre o coração retirando-a como quem saúda no Grau de Companheiro.

3 - Sinal de Surpresa e Horror - Volta-se a cabeça para o lado esquerdo e olha-se a terra, levantando aos céus as mãos postas um pouco à direita.

4 - Sinal do Fogo - É diferente do Grau 14. Unem-se as mãos entrelaçando-se os dedos e cobrindo com elas os olhos com as palmas para fora. A resposta é o Sinal do Ar.

5 - Sinal do Ar - Estender para a frente o braço e a mão direita na altura do ombro (como quem aprova).

6- Sinal de Admiração - Levantar os olhos e as mãos para os céus, mantendo o braço esquerdo um pouco mais abaixo que o direito. .
7- Sinal do Sol - Colocar o polegar da mão direita em esquadria sobre o olho direito, olhar para o espaço e dizer: Eu compasso o Sol! 8- Sinal Geral

- Formar sobre o peito pelos braços cruzados uma Cruz de Santo André (parece um Sinal do Pastor mais fechado).

TOQUES - São quatro os Toques do Grande Escocês de Santo André da Escócia:

1- Toque - Toma-se mútua e sucessivamente a primeira, a segunda e a terceira falange do indicador da mão direita, soletrando a Palavra de Aprendiz.

2 - Toque - Toma-se mutuamente a primeira, a segunda e a terceira falange de dedo médio, soletrando a palavra sagrada de Companheiro.

3 - Toque - Toma-se mutuamente a primeira falange do indicador e pronuncia-se alternadamente a Palavra Sagrada do Grau de Mestre Maçom. Resposta: faz-se o Sinal do Ar.

4 - Toque Geral - Toma-se a última falange do indicador da mão direita, dizendo NE, o outro (interlocutor) diz KA, depois toma-se a última falange do dedo mínimo e dizendo MAH, o outro responde NEKAMAH.

IDADE - 81 anos. O quadrado de nove.

BATERIA - Nove pancadas por duas, três, três e uma (!! !!! !!! !).

TRABALHO - Do meio-dia em ponto até a entrada da noite.


3 - Insígnias do Grau

Avental - Segundo alguns autores não há Avental neste Grau. Outros informam que é branco orlado e forrado de verde com franjas de ouro.
Cinto - De seda branca com franjas de ouro.
Fita - De cor vermelha, pendente à Jóia, que é um Compasso dentro de três triângulos encerrados por um triângulo.
No centro fica o Compasso e o Esquadro com um punhal. A Jóia é presa à fita por uma roseta verde.
Indumentária - Os Obreiros usam uma túnica vermelha, tendo por cima a fita e o cinto e, para os que usam o Avental.


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Grau 28: Príncipe Adepto

Também conhecido por Cavaleiro do Sol, é um Grau eminentemente hermético e cabalístico, complicado e sempre transmitido por Iniciação.
Nem sempre os Graus subseqüentes do Rito Escocês Antigo e Aceito são uma continuação do anterior. Na maioria das vezes são Graus totalmente independentes, embora com algumas exceções. No caso presente parece haver uma continuidade complementar do Grau 22 - Cavaleiro do Real Machado e do Grau 26 - Escocês Trinitário.
O Grau pretende demonstrar que Deus não manifestado é a Razão Pura e que Deus manifestado é a própria Natureza e que o Grande Segredo é a passagem do invisível para o visível, no entender de Nicola Aslan.
A lenda do Grau remonta ao Jardim do Éden, que era o Paraíso Terrestre citado no livro de Gênesis. O Candidato ao Grau recorre à Verdade, aos Querubins e aos Silfos. A busca é o Grande Segredo que deverá fazer imperar a Razão sobre a Terra.
Nos Rituais mais completos o desenvolvimento do Grau dá-se em quatro câmaras, a saber: a primeira é uma caverna, a segunda é forrada de preto, a terceira é forrada de vermelho e a quarta, de azul.
O Presidente representava Adão, o único Vigilante é a Verdade, mais sete membros são os Querubins que formam o Conselho e mais cinco Irmãos são os Silfos. Os Querubins representam os Arcanjos Planetários e os Silfos são espíritos elementais do ar.


Os Querubins, os respectivos planetas governados e cores, são:

Miguel - Saturno - Negro
Gabriel - Júpiter - Alaranjado
Uriel - Marte - Vermelho
Zaraiel - Sol - Dourado
Hamaliel - Vênus - Verde
Rafael - Mercúrio - Azul
Tsafiei - Lua - Prateado



Os Querubins são os Arcanjos Planetários, também conhecidos por Malakins e são da tradição mística judaica. Os Malakins trazem uma espada na mão, pois são os Guardiões do Santuário. No Altar de cada um deles há uma lâmpada da respectiva cor planetária.
Cabe lembrar que eram estes os planetas conhecidos na Antigüidade e que para os efeitos astrológicos e cabalísticos o Sol e a Lua também são considerados planetas, embora na realidade sejam uma estrela e um satélite.
O nome Cavaleiro do Sol é uma alusão à profunda consideração que a Maçonaria tem para com a maior glória do Criador. Parece que assim como o Sol propicia as quatro estações na natureza, também afeta psíquica e espiritualmente o homem, que passa a ter as suas estações espirituais. Cabe, todavia, esclarecer que o Grau de Príncipe Adepto ou Cavaleiro do Sol não é um mero objeto de adoração irracional e idolatra ao Sol, mas sim uma forma de prestar culto à natureza, que é a Verdade Manifestada.
A Iniciação no Grau de Príncipe Adepto dá-se numa caverna, que é iluminada por um foco de luz colocado ao Oriente, simbolizando o Sol, que está coberto por um véu. O teto da caverna representa o céu estrelado.
No centro do Templo, o Santuário é colocado sete altares menores representando os sete planetas, nos quais sentam os Arcanjos Governadores acima referidos. Na entrada do Templo, fica de um lado uma pomba e do outro, um corvo. Há também, a noroeste, um quadro de dupla face. Numa delas está a Estrela de Davi com um Sol em seu centro e com um dos nomes de Jeová; na outra há uma coroa de louros tendo na parte superior um laço de fita e no centro um coração alado. A sudeste há uma gravura representando um pórtico, onde o Bom Pastor sobe sete degraus com um cordeiro às costas. O Orador senta-se perto do Trono e tem a Tábua das Esmeraldas em seu poder. A Tábua das Esmeraldas é a síntese das obras de
Hermes Trimegisto. Como vimos, o Presidente tem o título de Adão, Pai dos Pais, e traz na mão um cetro azul com um globo dourado. No pescoço tem uma fita azul da qual pende uma Jóia que é um Sol Dourado. Há apenas um Vigilante, o Irmão Verdade, que traz ao pescoço uma fita da qual pende um triângulo com um olho no centro. Traz nas mãos um bastão branco em cuja extremidade há um olho dourado.
Para Iniciação ao Grau de Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto, o Templo estará apenas iluminado pelas lâmpadas coloridas dos Malakins. Os candidatos, Irmãos do Grau 27 - Cavaleiros Comendadores do Templo são considerados filhos das trevas e preparados no átrio pelo Mestre-de-Cerimônias, que lhes explica as declarações que terão de prestar.
Após a entrada, entre colunas, os candidatos ouvem a mensagem que o Presidente emite para eles a respeito do esoterismo do Sol. Finda a mensagem, um dos candidatos é conduzido ao Trono onde se apresenta como um idealista para lutar ao lado do bem. Segue-se então a Cerimônia de apresentação do candidato aos sete Malakins. Há um diálogo com cada um deles e a aposição de um paramento da respectiva cor planetária, sendo que ao final da apresentação o candidato estará trajado de sete túnicas coloridas, tendo as mãos amarradas e a cabeça coberta por um véu negro.
Desta maneira ele é conduzido para entre a pomba e o corvo, onde ouve a explanação do Orador a respeito das Obras de Hermes Trimegisto.
Então, os Neófitos prestam os seus Juramentos e o Mestre-de-Harmonias executa o Hino do Sol ou música apropriada.
Após breve locução final do Presidente, os Neófitos são revestidos das suas insígnias e recebem os mistérios do Grau.


1 - Ornamentação do Templo do Príncipe Adepto

Nos Rituais mais antigos, parece que não havia especificação da decoração do Templo. Nos mais modernos, temos a decoração descrita acima, mas raras são as Lojas que decoram os seus Templos ritualisticamente para cada Grau. Geralmente, são feitas inúmeras adaptações e mesmo modificações.


2 - Mistérios do Grau de Príncipe Adepto

PALAVRAS

- SAGRADA - Adonai - Resposta - Abrac (meu pai).

- PAS SE - Stibium (antimônio).

SINAIS - Colocar a mão direita sobre o coração com o polegar formando esquadria.

RESPOSTA - Levantar a mão direita e apontar o céu com o indicador.

TOQUE - Um aperto de mãos socialmente comum, sem afetação.

BATERIA - Seis pancadas iguais (!!!!!!).

TRABALHO - Abertura: é noite sobre a Terra, porém o Sol está no meridiano da Loja.
- Fechamento: os homens seguem sempre o erro: poucos o combatem, poucos chegam ao lugar santo.



3 - Insígnias do Grau de Príncipe Adepto

O Presidente usa uma veste vermelha e cobre-se com um manto amarelo. Traz nas mãos um cetro encimado por um globo dourado.
O Irmão Verdade (Vigilante) traz um bastão branco com um olho numa das pontas. Alguns Rituais citam que usa um colar azul de onde pende uma Jóia que é um Triângulo com um olho gravado.
Os Querubins (sete membros do Conselho) usam uma fita branca, a tiracolo, em cuja ponta há um olho pintado ou bordado.
Os Querubins não usam originariamente Avental, embora alguns Rituais citem o uso de um Avental branco orlado de franjas prateadas.
Os Silfos usam uma túnica com um Avental escuro. Na cabeça, um barrete azul e uma fita amarela. Os demais membros usam somente um Sol suspenso ao pescoço por uma corrente dourada.
Há Rituais que diz que todos os membros da Loja usam túnica, chapéu na cabeça e alfanje na mão.
A Jóia do Grau é um Triângulo dourado, tendo no centro um olho gravado.


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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Grau 27: Grande Comendador do Templo

Também conhecido por Soberano Comendador do Templo de Jerusalém. É um Grau notadamente Templário e de certa forma introduz o Grau 30 - Cavaleiro Kadosh, dando a impressão de que são continuados.
A Ordem do Templo era uma das instituições mais ricas, poderosas e famosas da sua época, pois, além dos despojos de guerra adquiridos nas batalhas contra os infiéis, recebia ainda as benesses dos poderosos.
A Ordem foi codificada e organizada por São Bernardo e no início da sua existência contou com a aliança e colaboração da Igreja e como conseqüência com o beneplácito de inúmeros monarcas.
O rei da França, Felipe, o Belo, acordado com o papa Clemente V, e ambicionando as riquezas acumuladas pelos Templários, determina o fim da Ordem, o confisco do seu patrimônio e a prisão de seus líderes.
Jacques de Molay, então Grão-Mestre dos Templários, foi torturado e condenado à fogueira da Inquisição. Na sua agonia, Jacques de Molay bradou emocionadamente: "Nekam Adonai, convoco o Rei e o Papa a comparecerem perante Deus no prazo de um ano!". No mesmo ano, ambos morreram!
A parte bíblica do Grau remonta à reconstrução do Templo de Jerusalém por Zorobabel, dizendo a lenda que foi constituída a Ordem dos Comendadores do Templo para transmissão de mistérios iniciáticos aos israelitas. Os Trabalhos do Grau 27 desenvolvem-se em uma câmara chamada de corte.
A comunicação do Grau é feita através de um longo interrogatório de Leis, como se referisse aos poderes de uma nação constituída. Findo o interrogatório, o Recipiendário faz o seu Juramento e recebe os mistérios do Grau.


1 - Ornamentação do Templo do Grande Comendador do Templo

A Loja é decorada na cor vermelha com as Colunas pretas. Em cada Coluna há uma luz. No Oriente há um Dossel vermelho com lágrimas pretas. No Altar, que é recoberto por um pano vermelho, estão uma Espada, um Cetro e um Livro Sagrado. Ao centro do Templo é colocado um castiçal com 27 luzes. Os Irmãos ocupam lugares em volta de uma mesa redonda. O Grau não tem características hebraicas.


2 - Mistérios do Grau do Grande Comendador do Templo

PALAVRAS

-SAGRADA - I.N.R.I.

- PASSE - Salomão.




SINAIS

- DE RECONHECIMENTO - Efetuar sobre a testa uma cruz, traçada com o dedo polegar, tendo os demais fechados.

- RESPOSTA - O Interlocutor beija o local onde foi efetuado o Sinal. Ou põe sobre os lábios o dedo indicador e médio da mão direita, com os outros fechados, tendo a palma da mão voltada para fora. (Sinal do Grau 4 ao contrário.)

- DE ORDEM - Fazer uma esquadria com a mão direita pelo polegar e os demais dedos e levar ao plexo solar.

TOQUE - Dar com a mão direita três leves pancadas no ombro esquerdo do interlocutor. Este responde tomando a mão direita e sacudindo-a três vezes.

BATERIA - 27 pancadas com a Espada em Prancha, por doze, doze e três (!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!! !!!).

TRABALHO - Para abrir os Trabalhos: dez horas. Para fechar os Trabalhos: quatro horas.

IDADE - Não existe.


3 - Insígnias do Grande Comendador do Templo

Avental - O Avental é vermelho encarnado, forrado e debruado de preto. No corpo, tem uma chave rodeada por uma coroa de louros. Na abeta tem uma Cruz Teutônica. Alguns autores informam que a cor do Avental é branca, forrado, debruado de preto, com os mesmos desenhos descritos acima.
Fita - Fita de cor vermelha, debruada de preto e pendente uma Cruz Teutônica.
Colar - Todos trazem um colar branco, debruado de vermelho, tendo em cada lado quatro Cruzes Teutônicas bordadas de vermelho. Do colar pende a Jóia do Grau.
Jóia - A Jóia do Grau é um triângulo eqüilátero dourado, tendo gravadas as letras I.N.R.I.
Luvas - Os Irmãos usam luvas brancas debruadas e forradas de preto.
O Presidente, Poderosíssimo Grande Comendador, usa uma veste branca e um manto vermelho. Usa também a fita, o Avental, o colar e a Jóia como os demais Irmãos.


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Grau 26: Escocês Trintário

Também conhecido por Príncipe da Mercê, o Grau pertence à categoria dos Graus Templários. Talvez o nome do Grau, Príncipe da Mercê, um tanto anacrônico, tenha origem numa ordem religiosa que se consagrava ao resgate de prisioneiros feitos pelos infiéis na época das Cruzadas.
Já o nome de Escocês Trinitário advém do fato de que os trabalhos do Grau evocam três das cinco Alianças que Jeová fez com seu povo.
Os Trabalhos do Grau desenvolvem-se em uma câmara e o Presidente empunha, no lugar de um Malhete, uma flecha de cores branca, vermelha e verde. A Câmara denomina-se de Terceiro Céu. É de cor verde com colunas brancas e vermelhas, tendo em cada uma um braço que sustenta um candelabro de nove luzes, perfazendo um total de 81 luzes na Câmara.
O Trono está sob um dossel coberto por panos branco, verde e vermelho. Próximo à entrada do Oriente há um pedestal com a Estátua da Verdade. Neste pedestal é guardado um livro cuja capa é das cores já aludidas e a estátua é coberta por véu das mesmas cores do livro. A estátua é o Palladium da Ordem. Palas é um dos nomes de Minerva. Atinge-se a Estátua de Palas por uma Escada de Tríplice Degrau, das cores branca, vermelha e verde, que significam fé, caridade e esperança.
No Terceiro Céu encontram-se ainda 15 Símbolos, assim distribuídos: Cinco no Oriente
— uma Lança, um Braço armado com um punhal, um Incensório, as Tábuas da Lei e um Triângulo Eqüilátero Dourado. Cinco ao Norte — uma Fogueira, uma Barra de Ouro, uma Coroa de Espinhos, uma Cruz e um Globo Terrestre. Cinco ao Meio-dia — uma Estátua de Mercúrio, um Braseiro, uma Tocha, um Anjo sobre uma Nuvem e a Arca da Aliança.
Pelo diálogo da abertura dos Trabalhos ocorrido entre o Presidente e o Primeiro Vigilante, deduz-se que o Grau é dedicado à Reabilitação das classes operárias.
O Cavaleiro da Serpente de Bronze, Recipiendário do Grau 26, adentra à Câmara por passos tortuosos e escala os três lances de escada que conduzem ao Terceiro Céu, em busca da Pedra Filosofal. Em cada degrau recebe informações e instruções a respeito do seu objetivo. A Pedra Filosofal aí referida não é a dos Alquimistas que transmutava metais ordinários em ouro, mas, sim, aquela que transmutará a Humanidade.
Após a descida da escadaria o candidato submete-se a um interrogatório, o que é uma constante nos Graus Filosóficos, findo o qual o Presidente pergunta: "Por que o candidato aspira ascender ao Terceiro Céu?". O Experto dá a resposta de que ele deseja encontrar a Pedra Filosofal. Após, o Presidente determina que seja descerrada a Estátua de Palas e o Guardião do Palladium toma o livro que está dentro do pedestal e lê o seu conteúdo, cuja expressão é de ordem moral e ética.
A seguir, o Neófito é levado diante do Altar do Presidente, diante de quem presta o Juramento do Grau. Via de regra o Grau é transmitido por comunicação, sendo dispensada a maioria das formalidades acima, o que é uma pena.


1 - Mistério do Grau do Escocês Trinitário

PALAVRAS

- SAGRADA - Jehovah - Resposta - Jakin.

- PASSE - Gomei.

- VULGARES - Ghiblim e Gabaon.

- SUBLIME - Edul - Pen - Cagu.

SINAIS

-DE ENTRADA - Levar a mão direita aberta em triângulo por cima dos olhos, para protegê-los da luz.

-DE CARÁTER - Pela junção dos polegares e indicadores das duas mãos pelas pontas, formar um triângulo colocando as mãos diante do peito.

-DE SOCORRO - Cruzar os dois braços acima da cabeça, com as mãos espalmadas e viradas para frente, e dizer: "A mim filhos da verdade".
- DE ORDEM - Apoiar a mão direita no quadril.

TOQUE - Colocar as duas mãos sobre os ombros do interlocutor, dar três apertos leves, dizendo: Gomei.

BATERIA - Quinze pancadas por três, cinco e sete: (!!! !!!!! !!!!!!!)

IDADE - 81 anos.


2 - Insígnias do Escocês Trinitário

Avental - Há divergência entre os autores. Uns citam Avental vermelho tendo no corpo bordado um triângulo eqüilátero branco e verde. Outros citam Avental da cor vermelha, forrado de verde e debruado de branco, tendo no corpo um triângulo eqüilátero com estas três cores.
Fita - Fita das cores branca, verde e amarela com a Jóia do Grau. Outros autores falam de Colar em vez de fita.
Jóia - Um triângulo eqüilátero dourado, tendo gravado um coração com a palavra Jehovah.
Presidente - Veste uma túnica verde, branca e vermelha, tendo sobre a cabeça uma coroa formada por nove pontas de flechas.


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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Grau 25: Cavaleiro da Serpente de Bronze

É um Grau Bíblico-Templário transmitido por Iniciação. O Grau foi buscar a sua base em dois fatos históricos e religiosos: o primeiro evoca a história relatada em Números 21-6,19; o segundo evoca a primeira Cruzada. Vamos analisar resumidamente os dois fatos. Em fins do século XI os turcos haviam tomado a Cidade Santa de Jerusalém, criando empecilhos para os romeiros que peregrinavam à Terra Santa. Um homem conhecido como
Pedro, o Eremita, percorre a Europa incitando e pregando que os cristãos deveriam pegar as armas para libertar a Terra Santa. Convencido, o papa Urbano II reuniu uma multidão, formando um exército chefiado por Pedro, o Eremita, que, mais entusiasmado que preparado, foi derrotado.
Mas o exército de Pedro, o Eremita, passou a ser o núcleo central da idéia da criação das Cruzadas, que, com o mesmo fim, partiriam da França e da Itália. O nome Cruzada tem origem no fato de que os fiéis utilizavam nas suas vestes uma cruz. Os exércitos cruzados foram comandados pelo Legendário Godofredo de Bulhão, cuja lenda informa que ele alentava os companheiros desanimados e vencidos, orientando-os nos combates, dando-lhes ânimo e entusiasmo e transformando-os em vencedores.
Os Cavaleiros que continuaram a obra de Godofredo de Bulhão fundaram uma sociedade com o título distintivo de Cavaleiros da Serpente de Bronze, que se dedicava à defesa, recepção, assistência e proteção aos peregrinos que visitavam a Terra Santa.
A parte bíblica do Grau de Cavaleiro da Serpente de Bronze tem origem no relato exposto no Livro de Números, Capítulo 21. Num determinado momento da saída do Egito com destino à Terra Prometida, o povo judeu, em face das dificuldades passadas nos 40 anos em que peregrinou pelo deserto, mais de uma vez revoltou-se contra Moisés e o próprio Deus. Numa dessas revoltas, Deus resolveu mandar um castigo em forma de serpentes cujas picadas eram mortais. Com este tormento o povo mais uma vez arrependeu-se e orou. Deus deu então a Moisés instruções para que colocasse numa cruz, em forma de tau, uma serpente de bronze, num local alto e visível e todos os picados pelas serpentes, se olhassem para a cruz, ficariam imediatamente curados.
A serpente é o símbolo da arte de curar. É o símbolo da ciência médica e de toda arte paramédica, como farmácia, odontologia, bioquímica, etc.
A Loja de Cavaleiro da Serpente de Bronze recebe o nome de Corte do Sinai e é decorada em vermelho. Sobre o Trono vê-se um transparente com uma Sarça Ardente e na parte de cima o nome Jeová. No centro da Loja ergue-se uma montanha, tendo em seu cume a cruz em forma de tau com a serpente enroscada.
A câmara recebe iluminação de uma lâmpada colocada por trás do transparente com a sarça. O Presidente, que representa Moisés, não usa Malhete, mas sim Espada, cuja pancada com o punho dá início aos Trabalhos.
Os candidatos ao Grau são repentinamente introduzidos acorrentados na Câmara dos Trabalhos. O Presidente interroga os candidatos nos Graus anteriores, sendo eles absolvidos. Depois são mandados subir no Monte, tarefa que não podem cumprir, pois as correntes atrapalham. Então o Presidente ordena que esfreguem as correntes com ramos de eufórbio, pára que, enferrujando, quebrem-se. O eufórbio é um vegetal que curava as picadas das serpentes. Após a libertação das correntes, o Presidente passa a interrogar os candidatos a respeito do aperfeiçoamento da justiça e do ato de julgar. Na seqüência os Neófitos prestam juramento e os Trabalhos são encerrados.


1 - Ornamentação da Loja do Cavaleiro da Serpente de Bronze

O Templo é decorado de vermelho e representa a Corte do Sinai. No Ocidente ergue-se uma montanha com uma Cruz em forma de tau e com uma serpente enroscada. No Oriente há um transparente, iluminado por trás, tendo desenhado uma Sarça Ardente e sobre ela o nome Jeová. Apenas a luz deste transparente ilumina o Templo.


2 - Mistérios do Grau do Cavaleiro da Serpente de Bronze

PALAVRAS

-SAGRADA - Moisés.

-PASSE - I.N.R.I.

- COBERTA - Johanes Ralp (nome do fundador da Ordem).

SINAIS

- DE ORDEM - Inclinar a cabeça e com o indicador da mão direita apontar um objeto na terra.

- RECONHECIMENTO - Fazer com a mão direita o traçado do sinal-da-cruz sobre o peito.

TOQUE - Colocar-se à direita do interlocutor e tomar-lhe o punho esquerdo com a mão direita.
Em resposta, o interlocutor toma o punho direito do primeiro com a mão direita.

BATERIA - Nove pancadas, dadas por cinco lentas, três rápidas e uma isolada (!!!!!!!!!).

TRABALHO - A corte abre à uma hora e fecha às quatro.


3 - Insígnias do Grau do Cavaleiro da Serpente de Bronze

Avental - Os autores divergem também com relação ao uso de Avental neste Grau. Uns informam que não há Avental. Outros informam que existe um Avental de cetim branco forrado e debruado de vermelho.
Fita - Alguns autores preconizam o uso de uma fita vermelha sobre a qual está bordada a divisa: Virtude e Valor. Outros autores dizem que não se usa fita, mas sim um colar com igual descrição. De um ou de outro pende a Jóia do Grau.
Jóia - Uma serpente enroscada sobre uma Cruz em forma de T.



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Grau 24: Príncipe do Tabernáculo

Este Grau é uma espécie de continuação do Grau anterior, Grau 23, Chefe do Tabernáculo, já que o local e o cenário anterior são novamente mostrados neste. Há uma Loja Maçônica chamada Corte que é dirigida por Moisés, num acampamento do deserto. Existe um candidato que se tornará Sacerdote entre as tribos de Judá e os mistérios estão para ser a ele confiados.
Há a purificação pelo fogo, terra, água e ar. O objetivo do Grau é o estudo da construção do Tabernáculo no seu aspecto místico e espiritual. A base do Grau é judaica e a fonte principal é a Bíblia, onde no livro do Êxodo, capítulos 25 e 26, encontra-se o preâmbulo do mesmo. Os referidos capítulos do livro do Êxodo detalham a construção da Arca da Aliança
e a do Tabernáculo, minuciosamente, pelas informações e visões dadas a Moisés por Jeová.
O autor do Grau foi buscar nestas minúcias detalhes para armar o Templo do Grau 24 - Príncipe do Tabernáculo.
A Câmara do Grau é constituída de duas peças: a primeira é o Vestíbulo e é semelhante a uma Câmara de Mestres-Maçons; a segunda é de forma circular e é chamada de Hierarquia. Há três Vigilantes, que são: Arão, Beseleel e Goliab. Os Trabalhos do Grau são abertos como em qualquer outro Grau e o candidato não bate à porta, pois a mesma encontra-se aberta.
Mas, após a sua entrada, fecha-se. A seguir o Presidente profere um discurso que relembra ao candidato toda a sua Vida Maçônica e os deveres e lições aprendidos em cada um dos Graus anteriores, e transmite ao candidato a perfeita noção do papel de um jurado, pois o levita tem a função de administrar a justiça dos homens inspirado na Justiça Divina e no direito que todos têm de ser julgados corretamente.
Após a locução sobre o papel do jurado, o Recipiendário vai aos três Vigilantes para receber a purificação. Lava e purifica as mãos no Vaso das Abluções, perfuma-se no Altar dos Perfumes e finalmente presta o seu Juramento cuja fórmula contém a defesa da Justiça e a soberania do Jurado.

1 - Ornamentação da Loja

A Loja compreende duas salas contíguas, sendo que a primeira, o Vestíbulo, está decorado como uma Loja de Mestres-Maçons e a segunda é de forma circular, tendo no centro o Candelabro de Sete Velas (Menorá), é iluminada por 49 luzes.


2 - Mistérios do Grau

PALAVRAS

- SAGRADA - Jehovah (Pronunciada por sílabas).

- PASSE - Uriel.
Resposta: o Tabernáculo das Verdades Reveladas.

SINAIS - De Reconhecimento ou Sinal do Cordão - Levar a mão direita aberta sobre os olhos para protegê-los da luz; colocar a mão esquerda sobre o peito. Depois levar a mão direita ao ombro esquerdo e retirá-la transversalmente ao lado direito.

GRANDE SINAL - Levar as duas mãos abertas sobre a cabeça unindo os polegares e os indicadores entre si, formando um triângulo.

TOQUE - É o mesmo toque do Grau 23 - Chefe do Tabernáculo.
BATERIA - Sete pancadas por seis e uma (!!!!!! !).

TRABALHO - Na abertura: a primeira hora do dia dos sete destinados à construção da Hierarquia. No fechamento: a última hora do dia da vida e da suavidade.


3 - Insígnias do Grau do Príncipe do Tabernáculo

Avental - De cetim branco forrado e orlado de vermelho, tendo no corpo o desenho de uma tenda e na abeta o de uma árvore.
Fita - Fita de cor vermelha tendo dependurada a Jóia do Grau.
Jóia - A Jóia é um Triângulo com a palavra Jehovah. Alguns Rituais informam que em vez da fita o Príncipe do Tabernáculo utiliza um Colar.
Indumentária - Todos os membros estarão trajando túnica de seda ou tafetá azul, tendo a gola guarnecida por raios dourados, dando a impressão de uma aura. Esta veste é semeada de estrelas douradas. Sobre a cabeça usam uma coroa fechada, cercada de estrelas, encimada por um Delta.


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Grau 23: Chefe do Tabernáculo

Este é um Grau bíblico, que diz respeito à Instituição do Sacerdócio através de Arão (irmão de Noé) e de seus filhos Itamar e Eleazar.
O palco do Grau é o deserto do Sinai, onde as Doze Tribos de Israel ficam acampadas ao redor do Tabernáculo. Moisés e Arão constituem um dos levitas como o primeiro da Hoste dos Guardadores do Templo.
A lenda do Grau refere-se ao candidato, filho de Hiram, que teve a incumbência de destruir o deus crocodilo dos egípcios, derrubando o sanguinolento altar onde holocaustos humanos eram oferecidos do deus Moloc.
Os Cavaleiros Chefes do Tabernáculo são os guardadores das Portas do Tabernáculo e o local onde se desenrolam os Trabalhos do Grau 23 é a câmara que representa o Tabernáculo.
O Tabernáculo, cujo significado etimológico é tenda, foi o primeiro Templo erigido para culto a Deus. Era móvel, pois os judeus estavam em peregrinação de quarenta anos pelo deserto do Sinai, e montado com peles esticadas por meio de postes. Era dividido em três partes: na primeira ficava o povo; na segunda ficava o Sanctum; e, na terceira ficava o Sanctum Sanctorum, onde apenas tinha ingresso o Sumo Sacerdote. A construção do Tabernáculo encontra-se pormenorizadamente descrita em Exo. 40-17,33 e foi o Tabernáculo que serviu de modelo para a construção do Templo de Jerusalém e de inspiração para as igrejas e Lojas Maçônicas.
O Tabernáculo era a morada de IEVE na terra e no Sanctum Sanctorum foi colocada a Arca da Aliança, cuja construção é detalhadamente explicada no livro de Exo. 25-10, 16. No interior da Arca da Aliança, Moisés colocou as novas Tábuas da Lei com os Dez Mandamentos e o testemunho da Aliança de Deus com os homens. Quatro foram as Alianças e Quatro foram os Testemunhos, a saber: o primeiro Pacto foi a criação no homem, o segundo Pacto foi com Noé, e Deus o simbolizou com o Arco-íris, o terceiro Pacto foi com Abraão e foi simbolizado pela circuncisão, e o quarto Pacto foi a entrega dos Dez Mandamentos.
Para a Iniciação é preparada uma Câmara escura com uma mesa no centro, sobre a qual é colocada uma vela e três caveiras, com um esqueleto humano diante da mesa. Esta Câmara chama-se hierarquia.
A Iniciação começa com a preparação do filho de Hiram para o Sacrifício. Após o iniciando meditar diante dos crânios é efetuado pelo Grande Sacrificador um comprido interrogatório.
Findo o interrogatório, a Câmara é iluminada e o candidato recebe um machado, sendo conduzido ao Altar dos Holocaustos, derruba sobre o chão tudo o que se encontra sobre o Altar, à exceção do Candelabro. Incensa o Altar dos Perfumes e dirige-se ao Altar colocado diante do Trono, onde presta o seu Juramento. Importante é que o Chefe do Tabernáculo passa a ser um fiel zelador do cumprimento da Lei, evitando ser ela desvirtuada.


1 - Ornamentação da Loja

A Loja pretende ser uma cópia do Tabernáculo. É decorada de branco com Colunas vermelhas e pretas. No Oriente fica o Sanctum Sanctorum, separado do restante do Templo por uma cortina vermelha. No Oriente fica a Arca da Aliança, o Altar dos Sacrifícios, o Altar dos Perfumes e o Trono, suspenso por sete degraus. Um Delta resplandecente é colocado acima com o nome de Jeová.


2 - Mistérios do Grau de Chefe do Tabernáculo

PALAVRAS

- SAGRADA - JEOVÁ - Pronunciada por sílabas alternadas.

- PASSE - URIEL
Resposta: o Tabernáculo das Verdades Reveladas.

SINAL DO GRUPO - Avançar com o pé esquerdo e fazer menção de pegar com a mão direita um turíbulo imaginário que está na mão esquerda.
TOQUE - Segurar-se reciprocamente o cotovelo esquerdo com a mão direita, curvando o braço.

BATERIA - Sete pancadas por seis e uma. (!!!!!! !).

TRABALHO

- Começa: à hora em que o filho deve vir sacrificar.
- Termina: à hora em que o sacrifício é consumado.


3 - Insígnias do Grau de Chefe do Tabernáculo

Avental - Os autores divergem quanto ao Avental deste Grau. Alguns afirmam que não há. Outros o descrevem como um Avental de cetim branco forrado e debruado de vermelho.
Fita - De cor preta e franjas de prata.
Jóia - Uma roseta vermelha da qual pende um punhal.
Indumentária - O Grande Soberano Sacrificador (Presidente da Loja) usa uma espécie de balandrau vermelho por baixo, e por cima, uma veste amarela curta e sem mangas. Sobre a cabeça usa uma mitra dourada, tendo um Delta com as letras IEVE. Por cima da túnica amarela usa a faixa do Grau. Idêntica indumentária que usam os dois Vigilantes, apenas não portando o Delta sobre a mitra. Os Irmãos Levitas usam um balandrau branco, tendo um colar vermelho com franjas douradas, do qual pende uma Jóia que é um turíbulo preso à fita por uma roseta prateada.


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