sexta-feira, 11 de março de 2011

Os Ritos

Rito, do latim ritu, é o conjunto das fórmulas, regras, normas e prescrições a serem observadas na prática de um trabalho religioso, no desenvolvimento de um culto, ou de uma seita, que estão consolidadas ou consignadas num documento a que chamamos de Ritual.
A rigor poderíamos definir esta expressão como o conjunto de regras ou preceitos, de conformidade com os quais se praticam as cerimônias e se comunicam os sinais, toques e palavras, bem como de todas as demais instruções secretas dos graus.
Cada Rito tem o seu conjunto de regras próprias, as características que o personalizam e a sua própria história, constituindo assim um Sistema Maçônico. Praticamente, Rito é o conjunto das regras que limitam um determinado sistema.
Como regra geral, o importante é o Maçom conhecer bem a parte inerente ao Grau ou Graus que possua, do Rito que pratica. Após essa compreensão e conhecimento é que se deve partir para o estudo dos demais Ritos, fazendo análises comparativas.
A perfeita unidade maçônica será mais fácil de atingir se houver a fusão de Lojas e Potências e no momento em que os Maçons praticarem o mesmo Rito.
Ao contrário do que muitos erradamente pensam, não existe nenhum organismo internacional ou nacional para reconhecer um Rito, bem como não existe nenhum órgão, instituto, federação ou organização de qualquer espécie que forneça licença para criação ou reconhecimento ou ainda regularização de um determinado Rito.
O máximo que uma Potência pode fazer é determinar à sua Jurisdição a prática de um determinado Rito.
Devemos lembrar que os Ritos são subordinados apenas às Oficinas-chefes de Rito, que são os seus respectivos Supremos Conselhos, cabendo, por outorga destes, às Grandes Lojas ou Grandes Orientes a administração dos três Graus Simbólicos. Portanto, nenhuma Grande Loja ou Grande Oriente é dono de qualquer Rito, constituindo, inclusive, falta gravíssima a introdução de alterações, acréscimos ou supressões.
Acredito que todos os Ritos, tal como hoje se encontram, devem ter a sua origem, em face da grande semelhança que guardam entre si, num mesmo Rito a que os Maçonólogos e autores chamam de Rito Básico dos Maçons Operativos.
Elias Ashmole, antiquado e alquimista rosacruciano, foi quem "criou" o Rito Básico. A sua criação partiu da observação e do estudo das Antigas Instituições Iniciáticas e adequando-as à sistemática da Maçonaria Operativa.
Na Maçonaria nota-se o aproveitamento de três fases distintas sem a precisão de um limite entre elas. A primeira foi a dos Antigos Mistérios: Mistérios Egípcios, Mistérios Gregos, Essênios, Elêusis, Rosacrucianos e Judaísmo. A segunda fase, mais recente e intermediária, foi a chamada Maçonaria Operativa, que vai desde as Guildas e as Corporações de Construtores até a aceitação dos não Operativos, iniciando desta forma a terceira fase, a da Maçonaria Especulativa.
Deve-se ter em mente que na formação da história real da Maçonaria as diversas fases imbricam-se e os conhecimentos somam-se. Foi no início da terceira fase, que dura até hoje, que se criaram as concepções modernas dos Rituais, com a consolidação dos três Graus do Rito Básico.
Isto não quer dizer que a Maçonaria tenha a idade da humanidade, como muita gente pensa. A influência nos Rituais é que é antiga. A instituição, não!
A Maçonaria Especulativa teve a sua origem na Europa e dividiu-se em três ramos com filosofias mais ou menos definidas.
A inglesa adotou um comportamento mais tradicionalista. A francesa, que teve origem na inglesa, em face das turbulências da época, adotou um comportamento mais político, fato que inclusive veio a influenciar a Maçonaria latino-americana. E, finalmente, a alemã que, talvez influenciada pelos mesmos ventos filosóficos que determinaram a Reforma da Igreja, se dedicou aos aspectos mais metafísicos e filosóficos, com nítida influência rosacruciana, criando-se lá, inclusive, os Ritos de Schroeder e o da Estrita Observância.
Todavia, devemos observar que essas diferenças não se fazem presentes nos gestos e sinais de reconhecimento, que são universais. Elas se fazem sentir no modo de atuação, isto é, no lado esotérico da Instituição.
Este posicionamento reforça e dá sustentação as teses defendidas por Jaimes Lopez Dalmau no seu trabalho A História Mística da Maçonaria.
Os três Graus do Rito Básico foram compostos entre 1646 e 1649.
Existem, entre praticados e conhecidos, mais de 80 Ritos Maçônicos, Iniciáticos ou conexos, estando a maioria extintos.

Atualmente, a população maçônica pratica basicamente os seguintes Ritos no Brasil:

Rito Moderno
Rito de York
Rito Adonhiramita
Rito de Schroeder
Rito Escocês Antigo e Aceito
Rito Brasileiro de Maçons, Antigos, Livres e Aceitos

Isto posto, vamos tecer um resumido comentário a respeito de cada um destes Ritos.



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