quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A ANTIGUIDADE DOS SÍMBOLOS


A primeira constatação que empolga aquele que se aprofunda na interpretação da liturgia maçônica é a da antigüidade dos seus Símbolos, de suas alegorias.  Remontam as origens dos Símbolos Maçônicos à aurora do homem sobre a Terra. 
Daí terem alguns observadores apressados concluído que a Franco-Maçonaria é tão antiga quanto o mundo. Trata-se, evidentemente, de um exagero, pois a Franco-Maçonaria, com as suas características atuais, data do século XVIII, ou melhor, do ano de 1717, ponto de partida da Franco-Maçonaria moderna. Foi nesta data que se firmou a preponderância da Franco-Maçonaria especulativa sobre a operativa.  Mas, anteriormente à memorável reunião das quatro Lojas franco-maçônicas de Londres, existiam várias Lojas por toda Inglaterra, Alemanha, França e Itália, formada por pedreiros de profissão, reunidos em confrarias, com regulamentos próprios, Sinais de reconhecimento, Símbolos litúrgicos, e se tratando por Irmãos. Guardavam ciosamente a sua arte de construir do conhecimento do vulgo ou profanos. A par desses conhecimentos, essas confrarias (Guilds, Brotherhoods, Bruderschaften, Confrèries), constituídas por verdadeiros artistas (foram os construtores das grandes catedrais européias e os criadores da arte gótica), reuniam e conservavam a tradição esotérica da antigüidade pagã, às vezes confundidas com as tradições mais novas do cristianismo. 

Compreende-se, assim, o respeito que os príncipes tiveram por essas corporações de artesãos, às quais dotaram de regalias e privilégios.
Desse imenso legado das tradições antigas, de que os pedreiros (maçons, masons, maurerei) foram os depositários conscientes ou inconscientes, faziam parte também às tradições ocultas, herméticas, dos mistérios antigos, perpetuados em símbolos e práticas esotéricas.  Estabeleceu-se, assim, um liame entre a Franco-Maçonaria do século XVIII e a mais remota Antigüidade, que levou os escritores a que nos referimos, a declarar a Franco-Maçonaria coeva da vinda do homem sobre a face da terra. A verdade, contudo, como já dissemos, é um pouco diferente: os legítimos Símbolos Maçônicos é que se perdem na noite dos tempos, mas a Franco-Maçonaria, como a conhecemos, data de pouco mais de dois séculos, ou por outra, a Instituição é nova e a sua essência antiga.  

 Tão antigos são os Símbolos adotados e conservados zelosamente pela Franco-Maçonaria, que sem receio de errar podemos afirmar que nenhum deles é de data posterior ao ano um da era cristã. Tal afirmativa se reveste de tanta importância que o poder mantê-la compensa todas as pesquisas, todas as vigílias gastas em escavar o dourado veio das tradições antigas.
  
Não foi a Maçonaria, como entidade, que, no Brasil, fez a Proclamação da República, a Libertação dos Escravos, a Independência e outros movimentos tão belos da nossa História: FORAM ALGUNS  MAÇONS.


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Um comentário:

  1. Parabéns pela pesquisa e a apresentação do texto sobre os símbolos.
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