quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Doutrina Interior

Todos os povos antigos conheceram, além do aspecto exterior ou formal da religião e das práticas sagradas, um ensinamento paralelo interior ou esotérico que era ministrado unicamente aos que moral e espiritualmente eram reputados dignos e maduros para recebê-la.
O aspecto esotérico da religião - conhecida exotericamente pelos profanos
- era provido especialmente pelos chamados Mistérios (palavra derivada de "mysto", termo que era aplicado aos neófitos, e que significava etimologicamente mudo ou secreto, referindo-se evidentemente a obrigação de segredo selado por juramento, que era pedido a todo iniciado), Mistérios dos quais a Maçonaria pode considerar-se herdeira e continuadora, por intermédio das corporações de construtores e demais agrupamentos místicos que nos transmitiram sua Doutrina.
Esta Doutrina Interior - esotérica e oculta - é essencialmente iniciáticas, pois que somente será alcançada por intermédio da iniciação, isto é, pelo ingresso num particular estado de consciência (ou ponto-de-vista interior), pois somente mediante ele pode ser entendida, reconhecida e realizada.
A Doutrina Interior tem sido e continua sendo a mesma para todos os povos em todos os tempos. Em outras palavras, enquanto para os profanos (os que se encontram na frente ou fora do Templo, isto é sujeitos à aparência puramente exterior das coisas) tem havido e haverá sempre diferentes religiões e ensinamentos, em aparente contraste uns com os outros, para os iniciados não houve nem haverá mais do que uma só e única religião Universal da Verdade, que é Ciência e Filosofia, ao mesmo tempo em que Religião. Deste ensinamento iniciático, esotérico e universal comum a todos os povos, raças e épocas, as diferentes religiões e as diversas escolas tem constituído e constituem ainda hoje, um aspecto exterior mais ou menos imperfeito e incompleto. As lutas religiosas sempre caracterizaram aqueles períodos nos quais, pela imensa maioria de seus dirigentes, foi perdida de vista aquela essência interior que constitui o Espírito da religião, compreendido unicamente o aspecto profano ou exterior. Pois o fanatismo sempre tem sido acompanhado da ignorância.



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