Também conhecido por Cavaleiro do Sol, é um Grau eminentemente hermético e cabalístico, complicado e sempre transmitido por Iniciação.
Nem sempre os Graus subseqüentes do Rito Escocês Antigo e Aceito são uma continuação do anterior. Na maioria das vezes são Graus totalmente independentes, embora com algumas exceções. No caso presente parece haver uma continuidade complementar do Grau 22 - Cavaleiro do Real Machado e do Grau 26 - Escocês Trinitário.
O Grau pretende demonstrar que Deus não manifestado é a Razão Pura e que Deus manifestado é a própria Natureza e que o Grande Segredo é a passagem do invisível para o visível, no entender de Nicola Aslan.
A lenda do Grau remonta ao Jardim do Éden, que era o Paraíso Terrestre citado no livro de Gênesis. O Candidato ao Grau recorre à Verdade, aos Querubins e aos Silfos. A busca é o Grande Segredo que deverá fazer imperar a Razão sobre a Terra.
Nos Rituais mais completos o desenvolvimento do Grau dá-se em quatro câmaras, a saber: a primeira é uma caverna, a segunda é forrada de preto, a terceira é forrada de vermelho e a quarta, de azul.
O Presidente representava Adão, o único Vigilante é a Verdade, mais sete membros são os Querubins que formam o Conselho e mais cinco Irmãos são os Silfos. Os Querubins representam os Arcanjos Planetários e os Silfos são espíritos elementais do ar.
Os Querubins, os respectivos planetas governados e cores, são:
Miguel - Saturno - Negro
Gabriel - Júpiter - Alaranjado
Uriel - Marte - Vermelho
Zaraiel - Sol - Dourado
Hamaliel - Vênus - Verde
Rafael - Mercúrio - Azul
Tsafiei - Lua - Prateado
Os Querubins são os Arcanjos Planetários, também conhecidos por Malakins e são da tradição mística judaica. Os Malakins trazem uma espada na mão, pois são os Guardiões do Santuário. No Altar de cada um deles há uma lâmpada da respectiva cor planetária.
Cabe lembrar que eram estes os planetas conhecidos na Antigüidade e que para os efeitos astrológicos e cabalísticos o Sol e a Lua também são considerados planetas, embora na realidade sejam uma estrela e um satélite.
O nome Cavaleiro do Sol é uma alusão à profunda consideração que a Maçonaria tem para com a maior glória do Criador. Parece que assim como o Sol propicia as quatro estações na natureza, também afeta psíquica e espiritualmente o homem, que passa a ter as suas estações espirituais. Cabe, todavia, esclarecer que o Grau de Príncipe Adepto ou Cavaleiro do Sol não é um mero objeto de adoração irracional e idolatra ao Sol, mas sim uma forma de prestar culto à natureza, que é a Verdade Manifestada.
A Iniciação no Grau de Príncipe Adepto dá-se numa caverna, que é iluminada por um foco de luz colocado ao Oriente, simbolizando o Sol, que está coberto por um véu. O teto da caverna representa o céu estrelado.
No centro do Templo, o Santuário é colocado sete altares menores representando os sete planetas, nos quais sentam os Arcanjos Governadores acima referidos. Na entrada do Templo, fica de um lado uma pomba e do outro, um corvo. Há também, a noroeste, um quadro de dupla face. Numa delas está a Estrela de Davi com um Sol em seu centro e com um dos nomes de Jeová; na outra há uma coroa de louros tendo na parte superior um laço de fita e no centro um coração alado. A sudeste há uma gravura representando um pórtico, onde o Bom Pastor sobe sete degraus com um cordeiro às costas. O Orador senta-se perto do Trono e tem a Tábua das Esmeraldas em seu poder. A Tábua das Esmeraldas é a síntese das obras de
Hermes Trimegisto. Como vimos, o Presidente tem o título de Adão, Pai dos Pais, e traz na mão um cetro azul com um globo dourado. No pescoço tem uma fita azul da qual pende uma Jóia que é um Sol Dourado. Há apenas um Vigilante, o Irmão Verdade, que traz ao pescoço uma fita da qual pende um triângulo com um olho no centro. Traz nas mãos um bastão branco em cuja extremidade há um olho dourado.
Para Iniciação ao Grau de Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto, o Templo estará apenas iluminado pelas lâmpadas coloridas dos Malakins. Os candidatos, Irmãos do Grau 27 - Cavaleiros Comendadores do Templo são considerados filhos das trevas e preparados no átrio pelo Mestre-de-Cerimônias, que lhes explica as declarações que terão de prestar.
Após a entrada, entre colunas, os candidatos ouvem a mensagem que o Presidente emite para eles a respeito do esoterismo do Sol. Finda a mensagem, um dos candidatos é conduzido ao Trono onde se apresenta como um idealista para lutar ao lado do bem. Segue-se então a Cerimônia de apresentação do candidato aos sete Malakins. Há um diálogo com cada um deles e a aposição de um paramento da respectiva cor planetária, sendo que ao final da apresentação o candidato estará trajado de sete túnicas coloridas, tendo as mãos amarradas e a cabeça coberta por um véu negro.
Desta maneira ele é conduzido para entre a pomba e o corvo, onde ouve a explanação do Orador a respeito das Obras de Hermes Trimegisto.
Então, os Neófitos prestam os seus Juramentos e o Mestre-de-Harmonias executa o Hino do Sol ou música apropriada.
Após breve locução final do Presidente, os Neófitos são revestidos das suas insígnias e recebem os mistérios do Grau.
1 - Ornamentação do Templo do Príncipe Adepto
Nos Rituais mais antigos, parece que não havia especificação da decoração do Templo. Nos mais modernos, temos a decoração descrita acima, mas raras são as Lojas que decoram os seus Templos ritualisticamente para cada Grau. Geralmente, são feitas inúmeras adaptações e mesmo modificações.
2 - Mistérios do Grau de Príncipe Adepto
PALAVRAS
- SAGRADA - Adonai - Resposta - Abrac (meu pai).
- PAS SE - Stibium (antimônio).
SINAIS - Colocar a mão direita sobre o coração com o polegar formando esquadria.
RESPOSTA - Levantar a mão direita e apontar o céu com o indicador.
TOQUE - Um aperto de mãos socialmente comum, sem afetação.
BATERIA - Seis pancadas iguais (!!!!!!).
TRABALHO - Abertura: é noite sobre a Terra, porém o Sol está no meridiano da Loja.
- Fechamento: os homens seguem sempre o erro: poucos o combatem, poucos chegam ao lugar santo.
3 - Insígnias do Grau de Príncipe Adepto
O Presidente usa uma veste vermelha e cobre-se com um manto amarelo. Traz nas mãos um cetro encimado por um globo dourado.
O Irmão Verdade (Vigilante) traz um bastão branco com um olho numa das pontas. Alguns Rituais citam que usa um colar azul de onde pende uma Jóia que é um Triângulo com um olho gravado.
Os Querubins (sete membros do Conselho) usam uma fita branca, a tiracolo, em cuja ponta há um olho pintado ou bordado.
Os Querubins não usam originariamente Avental, embora alguns Rituais citem o uso de um Avental branco orlado de franjas prateadas.
Os Silfos usam uma túnica com um Avental escuro. Na cabeça, um barrete azul e uma fita amarela. Os demais membros usam somente um Sol suspenso ao pescoço por uma corrente dourada.
Há Rituais que diz que todos os membros da Loja usam túnica, chapéu na cabeça e alfanje na mão.
A Jóia do Grau é um Triângulo dourado, tendo no centro um olho gravado.
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